Estou convencida que, mais cedo ou mais tarde, mais perto dos 2 ou lá mais para a frente, quase a fazer 3, isto chega a todos. Os terrible two. Confesso que tinha algumas reservas em relação a isto, como tenho, aliás, em relação a qualquer tipo de generalização. Mas efectivamente, mais ou menos vincada, a famosa fase das birras chega a todos.
Cá em casa, o rapaz aguentou-se bem até perto dos 2 anos e meio. De algum tempo a esta parte... eu nem sei como é que hei-de classificar a coisa. Primeiro, porque estavamos mal habituados, claramente. Depois, porque a coisa deu-se de tal forma que é mesmo difícil de gerir.
Ele está destemido e arisca. Ele chega a todo o lado e mais algum. E se não chega, arranja maneira de chegar. Ele é teimoso como uma mula, mas das mulas mais mulas que existem, mesmo. Ele é do contra. Sempre do contra. Ele diz que não porque não. Às vezes diz que não quer, mas nem sabe o quê. Se tem pai, quer mãe, se tem mãe quer avô, se tem avô quer pai e assim por diante. Se o chamo para a direita, ele quer ir para a esquerda. Se eu quero sair, ele quer ficar em casa. Se eu quero entrar em casa, ele quer ficar no corredor. Se eu quero que ele vá tomar banho, ele quer brincar. Se eu quero tirá-lo do banho, ele quer lá ficar. Se o quero vestir, ele quer andar nú. Se o ponho no pote, ele prefere a sanita. Se o sento na sanita, devia ter sido no pote. Não há cú que aguente. Não há. É preciso um malabarismo da nossa parte que até a mim me deixa perplexa.
Ele dá ordens. "Atirei o garfo ao chão. Vai lá apanhar, vá." :/
"Vai-te calçar, mãe. Vai-te calçar imediatamente."
"Não, pai. Tu não. Dorme. Fecha os olhos."
Eu não sou a pessoa mais paciente do mundo, não sou. O meu marido é. Pelo menos, do mundo que eu conheço. E até ele, meu Deus, até ele se passa! Eu fico doida com este miúdo, doida. Tenho arranjado maneira de não comprar brigas com ele. Cedo até ao limite do que acho razoável [e aqui a malha é curta, que eu não dou muitas abébias] para poder ganhar terreno noutras coisas. Mas confesso que me esgota. Sinto-me muitas vezes no meu limite, especialmente nas temporadas em que o meu marido não está e tenho de ser eu a assumir tudo.
No parque, por exemplo, quando quero ir embora, chamo-o e digo-lhe: "podes andar no escorrega mais x vezes. Depois temos de ir embora". Ele conta e no fim vem embora na boa. 1-0 para a mãe. Na hora de o por a comer [coisa que sempre foi pacífica], sinto-me a jogar roleta russa. Há sempre alguma coisa que o "pacifica". Eu só não sei é o que é que vai ser hoje. Às vezes, tenho a sorte de acertar à primeira na abordagem. Outras... nem comento :(
Tem uma coisa boa. Raramente faz cenas fora de casa. Menos mal. Mas eu ando esgotada. A ficar passadinha. Dou comigo a ansiar tirar uns dias só para MIM. Só EU. Sem marido, sem filho, sem amigos, nada. Só EU e uma praia.
Porra, isto é mesmo difícil.
12 comentários:
Amiga, cada linha que escreves, parecia que estavas a falar do meu filho...
E eu também tenho pouca paciência... pouca mesmo. O meu, ao contrário do teu, não se coíbe de fazer cenas fora de casa... e esgota-me sim... mas agora menos.
Essa é a boa notícia... depois abranda essa teimosia de mula (o meu é teimoso como as portas e apressado que só ele, ele diz e tudo tem que plim cair ali aos seus pés...).
E sim, tira um dia só para TI! Precisas e mereces!
Igualzinho!
E por isso este ano vai mesmo de férias com os avós, até aqui nunca o deixamos ir mais cedo: "ah 4 dias é muito tempo!" Mas este ano vai
Ai... os terrible two! O meu pestinha de 2 anos faz cenas fora de casa. Não consigo ir a lado algum sem me chatear com ele. E aí prefiro evitar. Já lá não vai com suborno ou ameaça. E o que ele gosta de desafiar?? Eu digo-lhe 'não se mexe aí'... e ele olha de lado e vai esticando a mãozinha a ameaçar tocar no que lhe disse que não podia. irritaaaante. Tire um dia para si, sim! Dizem que faz milagres!
São fases muito complicadas. Birras daquelas de se atirar para o chão e grandes cenas a minha filha não faz, mas é de uma teimosia e de uma personalidade vincada me leva à exaustão. Portanto, não estás sozinha, se é que te faz sentir melhor:) São fases que passam tal como aparecem. Penso que o importante é ser firme e mostrar quem manda. Acaba por passar, vais ver.
Eu tenho sempre a sensação que o meu vai ser igual ao teu ou, pelo menos, já são e cada vez que leio um texto sobre o teu filho só penso: "Ai, ai o que me espera...". E compreendo o teu esgotamento mas deu-me vontade de rir aquela de ele te mandar calçar e deixar o pai dormir! ;)
Ai Ni.. não me fales dos "terrible two", que a minha filha so vai fazer um ano e eu ja tenho medo! LOL
A Eva esteve doentinha e agora, que ja não o esta, continua a querer so estar ao colo e etc. Também é teimosa e se lhe digo para não mexer em algo ela ou mexe, ou bate-me, revoltada! Mas pronto, comigo não tem muita sorte porque, la esta... paciência tb não é comigo! é certo que ela me ensinou a ter mais paciência, mas tb não tem muitas abébias :p (e, verdade seja dita, é OPTIMO conhecer alguém que tb não tem uma paciência infinita com crianças LOL começava a achar-me a unica!)
Tira esse diazito para ti! Enfia-te numa esplanada, na praia, onde queiras e aproveita! Bem mereces :)
Beijinhos*
Obrigada a todas pela solidariedade :)
E devias mesmo tirar um diazinho para repor energias :) um dia só teu!
LOL
Gostava de te dizer que isso depois melhora ... mas mentir é feio.
Bom fim de semana
Jorge
Grande Jorge! Não se mente, é assim mesmo. Já leio o "O que é o Jantar" há imenso tempo :)Gosto muito da abordagem.
Acho que és o primeiro homem a comentar aqui. Só isso, já devia dar direito a post :P
Ni,
ri-me de nervoso, ai o que me espera, ai o que me espera, ai o que me espera....
Bom fim-de-semana. Bj**
Coragem, vais ver que isso passa agora com as férias. Um abraço.
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