segunda-feira, 5 de maio de 2008

Sobre a cumplicidade


Cá continuo eu, ainda incógnita... Ainda não divulguei o Blog, a não ser ao meu marido... E esse, bem, esse já está habituado aos meus desabafos e devaneios...

E por falar em marido, apetece-me hoje fazer algumas considerações sobre a cumplicidade. Diz o dicionário da língua portuguesa, e bem, que cúmplice é todo aquele que... "tomou parte num delito ou crime" ou ainda que é "participante em acção condenável"; é ainda significado de "cooperante" e "conivente"... Quem sou eu para discutir com os cérebros que elaboram estes calhamaços...? Mas que é redutora esta definição, lá isso é!

Senão, vejamos...
O meu marido é o meu maior cúmplice, simplesmente porque existe entre nós algo a que não conseguimos dar outro nome: CUMPLICIDADE! E é ela a mãe de todo o resto: das conversas sem fim, dos cozinhados A 4 MÃOS, dos silêncios em que só nós conseguimos ouvir, das decisões que tomamos, das noites longas e extenuantes, enfim... de tantos pormenores de maior ou menor importância na nossa vida quotidiana.

Ser cúmplice é amar! É ter conversas em silêncio. É não ter vergonha. É entregar-se e dar tudo de si. TUDO, o bom, o menos bom e o assim-assim! É ler o pensamento do outro. É sentir que somos autênticos um com o outro.

É dizer o que nos dá na gana e juntar o gesto à palavra sem medos... e passar uma noite em claro, a rir, a chorar, a amar, a fantasiar, a mimar e tantas outras coisas terminadas em -ar... -er... -ir... e adormecer de manhã com o corpo torpe... de prazer, de cansaço...

Sim, somos cúmplices! Arriscar-me-ia a dizer que somos "cooperantes" e "coniventes"... mas nenhum dos nossos actos é um delito ou crime, ou mesmo uma acção condenável... digo eu, que sou suspeita.

A não ser que seja condenável ficar louco(a)... por opção! E ser feliz!

Ao meu cúmplice para toda a vida...