segunda-feira, 5 de março de 2012

Educar é tramado

Eis que chegamos à fase dos terrible two ou algo assim. O meu doce e afável filho estica mais a corda a cada dia que passa. Ainda bem que sempre lhe demos rédea curta nessa coisa tramada que são as birras-porque-sim. De outra forma, não sei de que maneira teria mão nele neste momento.

Não posso dizer que seja um miúdo birrento e insuportável. Leva-se, umas vezes melhor outras pior, mas leva-se. Tem uma resposta para tudo, sempre contrária àquilo que lhe estão a dizer, óbvio. Desafia-nos, provoca-nos, chega a dizer-nos "olhem, eu estou a fazer asneiras". Sabe que está a fazer mal e ri-se. Sabe que vamos ralhar e pede palmadas "dá-me lá uma palmada, mãe". O pai acerta-lhe a blusa [que é como quem diz, sacode-lhe o pó da fralda] e ele responde "não me doeu". Eu ando com a paciência a roçar níveis negativos. Às vezes saio de perto e vou contar até 100 para outra divisão, tal é a vontade de lhe dar naquelas mãos a sério. Às vezes não saio de perto e dou-lhe mesmo. Ralho. Odeio gritos e dou por mim a ralhar com ele num tom demasiado alto. Gostava de não lhe levantar a mão, de não lhe dar palmadas, de não ralhar e de não berrar. Gostava. Mas o castigo, às vezes, simplesmente não resulta. Aliás, às vezes nada resulta. Ainda não descobri o que o faz travar. Tiro-lhe os brinquedos e ele borrifa-se [ou finge muito bem que se está a borrifar]. Ponho-o de castigo e ele fica na boa. Sacudo-lhe o pó e ele ri-se e diz que não doeu. Quando lhe dou a doer... fico eu de rastos.

Merda. Educar é tramado.

8 comentários:

Tânia ♥ O Nosso Mundo Perfeito ♥ disse...

O meu no sábado fez-me umas birras ou lá o que foi que me deixaram KO!

Amanha falo disso

Ana - a side of me disse...

Idade do quero posso e mando! Mas temos que ter pulso firme. Também fico com a mesma sensação que tu: não quero gritar, não quero dar palmadas, mas por vezes a exaustão é tão grande e os castigos que não resultam que a coisa descamba. E depois mói-nos por dentro que fizemos o que sempre dissemos não fazer... enfim. Mas é mesmo lixado com um F dos grande =)

Cuca disse...

É de uma enorme responsabilidade educar um ser-humano. Tenho aqui em casa um livro de bolso para os pais, muito interessante e com dicas fantásticas que nos ajudam em fases difíceis na educação dos filhos. Chama-se "O guia de bolso dos pais". Digitalizei as páginas relativas ao capítulo "Birras" e vou enviar-te por mail para tu leres. Pode ser que encontres uma solução! ;)

Ni! disse...

Eh pá! Não! Não sou a única!!!
Obrigada, Cuca.

T zero disse...

Sim, é tramado. Mas nós não queremos que eles sejam "apenas felizes", queremos dar-lhes as ferramentas para que no futuro possam ser felizes enquanto homens e mulheres que sabem qual é o seu papel no Mundo. E essas ferramentas inclui chegarem à idade adulta sem se atirarem para o chão a gritar e espernear porque querem "isto" ou "aquilo".
Eu tb fico doente quando lhe sacudo o pó - tanto mais que agora, sem fralda, eu ainda não regulei a força e por vezes acho que o magoo um bocadinho... - mas valha-nos o sr. castigo, bem mais eficiente do que a palmada. Por vezes a ameaça de castigo (ir para o sofá ou para o quarto durante 5 minutos, sem mexer uma palha, sem brinquedos, sem Tv, sem NADA, apenas a pensar na asneira que fez) é suficiente para voltar a encarreirar. E, como tenho um filho muito educadinho (LOL), a "coisa" resulta mais ou menos assim:
- João, queres ir de castigo?
- Não, obrigado!
:D:D:D

Dreia disse...

É tramado mesmo... mas é difícil não rir com as respostas dele!! :)

Tanita disse...

É mesmo tramado, nunca sabemos o que fazer. E a paciência? por vezes esgota-se. Boa sorte. Bj**

Naná disse...

Todas nós passámos por isso, acho eu... em maior ou menor grau.
A única coisa que posso dizer que resulta é a consistência no castigo que lhe dás para as mesmas asneiras. Ele depois percebe que é errado (aliás, já percebeu mas faz-se despercebido...) mas está a ver até onde pode ir. esta é a fase que dizem ser a do testar os limites... e sim, educar é uma grande merda... se ralhamos é porque nos sentimos severas, se não ralhamos é porque nos sentimos umas fracas...