terça-feira, 26 de abril de 2011

O meu filho [não] é melhor que o teu e eu [não] sou melhor mãe que tu, blablabla, whiskas saquetas

Este post vai ser mal amado, mas aqui vai na mesma :)


Antes de ser mãe, sempre notei uma certa tendência na generalidade das pessoas para comparar o que não tem comparação. Cada miúdo/a é um/a miúdo/a e nenhum é melhor que o outro só porque começou a andar com 9 meses, ou porque fala pelos cotovelos aos 13, ou porque aprendeu a ler sozinho aos 3 anos e assim por diante. Da mesma forma, cada casal [ou cada mãe e cada pai individualmente], deve decidir a melhor educação para o seu filho. Para o seu. Não para os filhos dos outros, se faz favor. E eu posso até não comungar dos mesmos ideais, mas [à excepção de casos limite de maus tratos, por exemplo] respeito as escolhas de cada um, como exijo respeito pelas minhas, pelas nossas. Dou opiniões, se mas pedirem. Mas não dou palpites gratuitos, não mando bitaites.


Se há coisa que me tira do sério mesmo é ouvir mãezinhas [sim, são sobretudo as mães] gabarem-se que se acham o suprassumo da maternidade, muito mais mães que todas as outras mães, porque, a título de exemplo:


-Deram de mamar até à exaustão, com as mamas desfeitas e lágrimas nos olhos de tanta dor, com os bicos gretados, mas mesmo assim não desistiram. Desculpem, mas eu não acho que sejam melhores mães por isso. Há momentos na nossa vida, em que procurar uma alternativa melhor para nós, é também o melhor que fazemos pelos nossos filhos [e atenção que eu não me estou a defender em causa própria, porque o desmame do piolho aconteceu naturalmente e eu nunca sofri horrores com a amamentação, apenas os normais dias-melhores-dias-piores].


-Deixam de ter vida própria e só aceitam a ideia de que quem tem filhos tem de abdicar do que gosta, porque tem de dedicar-se 100% aos filhos e nada é mais importante que estar com eles e só os programas que os possam incluir devem ser equacionados [nada contra, atenção. Só nunca me venham dizer que são melhores mães que eu por pensar de maneira diferente e por deixar o meu filho dormir uma noite nos avós esporadicamente para poder fazer um programa de gente crescida].


-Nunca levantaram a voz ou tiveram vontade de dar uma palmada valente num filho [eu aceito as convicções das pessoas que não batem nos filhos e não berram com eles e se conseguem controlar sempre. Eu própria faço um esforço enorme para evitar berros e palmadas, porque não acredito que sejam a melhor forma de educar. Mas no dia em que eu der uma palmada ao meu filho - porque isso vai acontecer -, não aceito ouvir ninguém dizer que nunca bateu e, por isso, é melhor que eu].


E eu podia ficar aqui a tarde toda a dar exemplos, mas acho que já deu para perceber. Queria apenas deixar claro que eu não critico nem condeno nenhuma destas situações. Simplesmente não aceito que sejam usadas como estandarte nesta coisa difícil que é a maternidade.

4 comentários:

Naná disse...

Eu não o saberia dizer melhor!
Quanto ao ponto de criticarem os pais que deixam os filhos com os avós, para poderem fazer um programa a dois, para adultos, ainda acho que tens mais razão! Porque acho muito mais condenável os pais que levam os filhos para bares e discotecas como vi este fim de semana... mas cada um sabe de si... eu não o faria, mas cada pai sabe o que é melhor para o seu filho e para si mesmo!

Baunilha disse...

gostei deste post... e só por isso vou seguir o blog!! concordo plenamente... :)

Tanita disse...

Ni,
Compreendo e concordo completamente com o que aqui escreves. Eu também detesto comparações. Cada criança tem o seu desenvolvimento à sua medida. Detesto aqueles pais que até parece que em vez de estarem a elogiaros filhos, os querem vender. Dá-me vontade responder: Não, obrigada. Eu já estou servida.
Bj**

Mami ( Sónia ) disse...

Gostei deste post!!!!
Acho que não se devem comparar crianças e modos de educar. Somos todos diferentes e como tal temos de nos respeitar uns aos outros.
Cá em casa educamos a Sofia como achamos ser melhor, tentamos ser sempre calmos e justos, mas claro nem sempre se consegue...sinto-me mal quando lhe levanto a voz ou quando lhe dou uma palmada. Mas não sou menos mãe por isso e não sou má por isso. Mas custa tanto e arrependo-me sempre imenso, mas o que é certo é que não volta a repetir as asneiras.
Cada criança tem o seu ritmo de aprendizagem tal não quer dizer que uns são mais do que os outros são apenas diferentes!