terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Cortes

Mais [neste caso, menos] 1% em cima do meu vencimento. Já recebi a actualização das tabelas de IRS. É engraçado, sem graça nenhuma, o quanto se nota mês após mês a diminuição do nosso poder de compra.

Por um lado, aumenta a carga fiscal, aumentam os preços do gasóleo, da comida, das fraldas, de tudo. Por outro, vemos os vencimentos a emagrecer, seja por congelamento salarial, seja pelo aumento da carga fiscal (again). Continuo a ter o subsídio de Natal "pendente".

Todos os meses entra menos dinheiro lá em casa. Todos os meses as despesas fixas são as mesmas e as variáveis tendem a aumentar desmesuradamente.

Já perdi a noção do preço do gasóleo. Uso bombas lowcost e nem penso mais no assunto.

A única coisa que diminuiu foi a prestação da casa a partir de Março, devido às últimas descidas das taxas de juro. Nos próximos 6 meses pagaremos menos cerca de 15€ [tudo a levantar os braços e a exclamar: yeahhhhhhhhhh] de "renda"...

O garoto precisa de calças [e eu já nem penso em comprar para nós, adultos]. No sábado vi umas giríssimas, custavam 20€, ficaram obviamente no expositor... E não entro em lojas caras, isto foi na H&M, por exemplo.

As fraldas, valha-me Deus, as fraldas. De janeiro para fevereiro, um aumento de 3€ no pack mês das DODOT Etapas no Jumbo. Comprei DODOT básico.

Sumos? Não temos, mas temos pena. Arroz, massa, feijão em lata e outras mercearias? Marca branca. Papel higiénico? O que estiver em promoção. Detergentes? Idem, salvo algumas excepções. 

Passeios domingueiros? Ao parque lá ao pé de casa. À FNAC nos dias mais frios. Livros e DVD's? Talvez no próximo mês. Comemorações e festas? Não fazemos. Presentes? Para as crianças e até isso está complicado. Concertos? Hahahahahahaha! O último foi em fevereiro... do ano passado. 

Torradinhas? Em casa. Um chocolatinho para adoçar a boca à tarde? Regime. 

É cortes a torto e a direito. Já me bastam as despesas em que não posso cortar. A continuar assim, não sei onde vamos parar. E eu sei que vivo bem. Eu sei que há quem viva com muito menos. Se calhar é a necessidade que faz bons gestores. Realmente, gerir quando há fartura é fácil. Difícil é fazer ginástica orçamental. FML. 

6 comentários:

Maria disse...

Fico triste ao ler o seu post, apesar de ser a mais pura verdade. É triste ver como as coisas andam neste país (e noutros também...) Um beijinho dear.

Tanita disse...

Eu também não sei onde vamos parar assim, sinceramente.
Fraldas? experimenta as do minipreço, são optimas e baratas. Deram-me a dica e já não as larguei.
Ainda me permito alguns luxos que acho que não o deveriam de ser, pois se trabalhamos também temos de os fazer, mas as coisas estão a ficar feias e dou por mim a pensar muito mais que antigamente. Espero que melhore esta situação.

Maria João disse...

Sim eu também fico muito triste ao ler isto tudo, pois sempre que aí vou a Portugal fico abismada com o preço das coisas, principalmente produtos/roupa para crianças e bebés. Tenho familiares com filhos numa situação muito, muito complicada. E não sei mesmo como vão dar a volta. É triste.
Um bjinho para vocês.

Ana disse...

Pois, eu cada vez estou mais assustada a juntar a todas estas subidas e a todos os cortes o meu contrato termina no próximo mês e não o vão renovar...

Naná disse...

Amiga, tu tens que desligar um bocadinho, senão queimas os fusíveis... eu sei que isto está cada dia mais complicado e que já não temos mais onde cortar, mas... olha nem sei que mais te dizer para te animar e ajudar a arrebitar desta fase menos boa que estás a passar!

Fátima disse...

Sabes, às vezes prefiro nem pensar muito...é que uma pessoa dá em doida!