quarta-feira, 28 de julho de 2010

Desafio Ana C


A Ana C. lançou este desafio a quem queira:

..."convidava os que por aqui passam a escreverem uma carta aos vossos filhos (ou a quem quer que ocupe o vosso coração) e a publicarem-na nos vossos espaços."

Escrevo cartas ao meu filho desde que ele ocupava o seu T-zero [entenda-se, a minha barriga], tal como podem ver aqui. Gostaria de escrever mais, apercebi-me hoje que já não lhe escrevo há muito tempo... Hoje, deixo-vos ficar uma delas, a 4ª carta ao meu piolho, escrita a 12 de Outubro de 2009, um mês e pouco antes dele nascer.

"Querido M. #4

Olá piolhito da mãe,

Não sei se esta vai ser a última "carta" que te escrevo antes de vires espreitar este mundo maluco [em que há pessoas a eleger para presidente de câmara o Major Valentão, imagina...] para onde os pais decidiram trazer-te... talvez sim, talvez não. Estamos grávidos de 8 meses. Diz que o normal são 9, portanto... só nos falta mais 1!

Escrevo-te porque estou ansiosa! No bom sentido, claro. Não ando por aí a bufar de inquietação. Mas penso tanto em ti [como se fosse possível não pensar num pequeno ser que faz aulas de kickboxing dentro da nossa pança]...

Penso que não sei o dia que escolheste para chegar. Sim, porque no fundo, no fundo, quem vai decidir és tu. És o primeiro bebé lá de casa, nunca passámos por esta experiência, tenho medo de não perceber que já está na hora... Patetice, não é!? Acho que as mamãs deviam ter um qualquer sinal exterior de que estaria na hora, mas assim um sinal muito evidente, que não desse para enganar nem para falsos alarmes, tipo... ficar com a unha do dedo grande do pé verde! Pronto... quando a unha ficasse verde, estava na hora de ir para maternidade...
Penso no momento em que te vou poder ver. E só de imaginar o meu coração fica maluco. Vai haver um segundo só nosso, prometo. Eu, tu e o pai. Os três numa sala de partos cheia de gente que nem vemos nem ouvimos. Depois vamos ter muitos momentos desses, a dois e a três, no sossego da nossa casita!

Penso nas visitas... ai meu Deus! Somos assim uma família a atirar para o maluquinho. Estou mesmo a ver o corropio de gente.
E os nervos da mãe quando te começarem a querer apertar e abanar e dar beijos tipo ventosa, apesar das advertências dos senhores entendidos na gripe A!?!? Hum!?!? Não te preocupes, eu e o pai [e as avós, uiui, não se metam com elas] damos conta do recado! Penso que vou estar ansiosa por sair dali...

Penso no dia em que te vou poder levar para a nossa casa. Temos uma caminha para ti no nosso quarto. Por enquanto, é lá que vais ficar, à mão de semear! A seu tempo também vais ter um espaço teu, mas para já, ficas ali pertinho. Não temos pais ricos, nem conta no BES... mas comprámos um bólide novo a pensar na tua segurança e conforto. Provavelmente, é nele que vais fazer a tua primeira viagem até casa!

Penso nas roupinhas lindas que te comprámos e que nos foram oferecendo e que te vão ficar tão bem!!! Às vezes quando pegamos numa peça ou outra, eu costumo dizer ao pai: "ai que este reguila vai ser tão queque..." E rimo-nos! Rimo-nos muito eu e o pai. Somos felizes e estamos felizes com a tua chegada. E aquilo do "queque" é só a brincar, está bem!? :P

Tenho tantos pensamentos, mas tantos, que não cabem aqui!
Amo-te muito!

Ni!"

2 comentários:

Ana C. disse...

Já viste, escreveste esta carta aos 8 meses de gravidez e hoje voltaste a lê-la, aos 8 meses dele :)
Por isso é que acho mágico escrevermos para os nossos filhos, podemos reviver tudo de novo através das letras antigas.
Beijinhos e mtas felicidades

Naná disse...

É curioso o que escrevemos antes mesmo de os conhecermos...