
... mas há momentos em que eu odeio amamentar.
Pronto, já disse.
O meu filho continua a ser alimentado ao peito em exclusivo. O meu leite é bom, aparentemente, e em quantidade suficiente para ele engordar o que precisa.
Farto-me de ler e ouvir mulheres dizerem o quanto é especial o momento em que dão de mamar. Dizem as teorias que a mãe e o bebé beneficiam desse momento, tornando-se mais próximos e criando uma ligação mais forte. Eu não sinto nada disso, lamento. Às vezes desejo secretamente que o meu leite seque, que deixe de ser bom [e o que me custa admitir!!!!!!].
Se há mamadas perfeitas, daquelas em que o rapaz mama seguido, arrota, muda de mama, faz um cocó pelo meio, arrota novamente e fica satisfeito por umas boas horas, outras há que me deixam exausta. Quando está mal disposto ou com cólicas, ou com sono, nem sei, suga-me desalmadamente, trinca a mama e puxa a cabeça para trás com força, dá-me murros na mama, arranha-me, esperneia... esgota-me. E eu chego a odiar esse momento. Cria-se um ambiente de tensão e quanto mais nervosa eu fico, pior ele mama... um ciclo vicioso. Passam-me pela mente imagens de latas de leite e biberões e penso como tudo seria mais fácil. Se calhar não sei o que estou a dizer, não tenho termo de comparação, nunca lhe dei um biberão, nem com leite meu.
Continuo a amamentar única e exclusivamente pelos benefícios para a saúde dele. É este o meu estado de espírito neste momento. Se calhar não estaria a escrever se a última mamada tivesse corrido bem, mas não correu... e eu precisava do desabafo...
E pronto, já desabafei...