sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

2M

A minha participação em manifestações começou no 15S. O que me movia? O facto de se tratar de uma manifestação espontânea, apartidária, sem a chancela dos sindicatos. O facto de ver o cerco a apertar e não ficar de consciência tranquila sentadinha no sofá.

Foi quem quis. Eu fui, na minha cidade. As coisas foram um pouco amenas por aqui e quando cheguei a casa e vi as imagens de Lisboa, chorei. Juro. Aquilo comoveu-me, aquilo fez-me sentir vontade de lá estar, uma vontade genuina de juntar a minha voz àquelas vozes.

Participei em todas as outras manifestações convocadas que me foi possível. Todas de menor expressão, é certo, mas com a mesma vontade.

Entretanto, passaram-se meses. A situação que já era dramática no 15S é agora... trágica. Está convocada nova manifestação de cidadãos para 2 de Março. E eu irei novamente.

Não sei que expectativa ter. Vivo cada vez com mais medo. Medo do mês que vem.

Vou por mim, pelo meu filho, por nós três, pelo meu pai, pelos meus avós. Vou pelos que têm os seus postos de trabalho em risco. Vou pelos que têm trabalho, mas não recebem. Vou pelos que já não têm postos de trabalho. Vou pelos que ainda não têm. Vou pelos que perderam e ficaram perdidos nas estatísticas. Vou pelos que passam fome e frio. Vou pelos que vivem a angústia de não conseguir alimentar os filhos. Vou pelos que deixam iogurtes na caixa do super mercado porque o dinheiro que traziam não chegou para tudo. Vou pelos velhos doentes que vivem na miséria. Vou pelos que não conseguem pagar a taxa moderadora de uma consulta. Vou pelos que não podem sequer equacionar consultar um especialista. Vou pelos desesperados, pelos indiganados, pelos injustiçados. E vou com a consciência de que já faço parte desta lista, algures. De que hoje ainda não tenho o frigorífico vazio, mas amanhã não sei. De que o pior não passou, nem pouco mais ou menos. Mas também vou porque quero um país limpo, justo, onde se compense o mérito e se puna exemplarmente a corrupção, o enriquecimento ilícito, a gestão danosa e tantos outros cancros que nos matam todos dias.  

2M. Eu vou!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Carpe diem

Hoje o final de dia foi perfeito.
 
Não houve banho. Não me apeteceu.
 
Fui para a cozinha e fiz uns ovos primavera. Ou ovos duk'havia. Milho doce, espinafres, fiambre, salsa e uma pitadinha de sal. A acompanhar: salsichas grelhadas.
 
Vi um episódio de uma série enquanto ia deitando o olho ao garoto. As conversas dele com os bonecos são de ir às lágrimas.
 
Lá o covenci a arrumar tudo e a ir para a cama. Rimos tanto, demos gargalhadas tão estridentes que cheguei a pensar que um de nós ia fazer xixi na cama. Tudo porque troquei umas palavras numa história e ele achou um piadão. É tão fácil fazê-los felizes.
 
Cansado da pangalhada, adormeceu rápido, coisa que já não acontecia há semanas.
 
Há dias do caraças. E depois há estes finais de dia que fazem tudo valer a pena!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Constatações

Estás com sono, decides contar umas coisas interessantes [ou nem tanto] sobre ti e o que é que tódágente retém!?

Que um dia, num momento pouco feliz, vomitaste os sapatos do teu pai. :)

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Coisas ao acaso

Detesto a Mustela. Em compensação, adoro Nultella.

Já vi um homem morrer de enfarte.

Nunca sentei o cú num avião.

Já pratiquei Body Combat, Body Step, Body Balance, Indor Cycling, Ritmos latinos, Hip-hop e mais um par de botas. Tenho saudades.

Já fui atleta de competição.

Em adulta, já pesei 47 quilos. Também já pesei 64 e não estava grávida. A minha relação com as variações de peso não é muito saudável.

Já tive uma relação doentia. Quando "acordei" descobri um mundo novo.

Sou licenciada numa área que não me diz um chavelho.

Odeio lavar casas de banho. Adoro usar lixívia e "coiso" verde, cheio de amoníaco.

Não sei lidar com a minha mãe.

Não passo a ferro. Mas também ninguém passa por mim. Tirando uma ou outra peça, vai tudo da máquina de secar para as gavetas. Odeio arrumar roupa.

O sono tolda-me o raciocínio.

O meu pai já teve de me ir buscar a um bar e vomitei-lhe os sapatos à porta de casa. Sad. But true.

Não gosto particularmente de moda. Nem de sapatos. Não uso maquilhagem.

Tenho uma colecção considerável de brancas. Muitas mesmo.

E pronto. Hoje deu-me para isto. Podia ter-me metido nas drogas, mas não. Menos mal.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Praguejar

Estou tão farta do c&%$#"o desta tosse que não desampara a loja do garoto... Odeio o Inverno, é oficial.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Serviço público

Preciso de um boné destes. Pode ser só branco ou só vermelho, mas era melhor que fosse mesmo assim.

Não me apetecia muito andar a bater perna à procura. Lojas online de brindes e essas tretas assim, alguém conhece? Se calhar só vendem em quantidade...

Shit! Mas porque é que eu me meto nestas merdas coisas!?

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Autómatos

Detesto pessoas que não têm nada de seu para dizer. Nada que lhes saia da própria cabeça, sem recurso a frases feitas, encontradas em sites manhosos de suposta reflexão, normalmente acompanhadas de fotografias de gatinhos e cãezinhos e bebés fofinhos. Era só isto. Boa noite.

Reciclar

Tenho um casaco comprido preto, do tempo da Maria Cachucha. Sempre gostei dele. Acho que o comprei na Mango para aí em 2005. Um dia apareceu-me com umas pequenas manchas que me parecem queimado, como se tivesse estado encostado a um aquecedor e deixei de o vestir.

Esteve anos enfiado no armário até que, na semana passada, decidi reciclá-lo. Pedi à minha rica avó que o marcasse para cortar, acima das ditas manchas. Ficaria com um casaco a 3/4, mas finalmente iria sair do armário.

Ontem ligou-me: "sabes e tal, antes de cortar, decidi tentar lavar as manchas [que eu nunca me passou pela cabeça que saíssem, porque aquilo não era propriamente sujo, era o tecido mesmo estragado] com [tcharan] Sonasol Verde e parece-me que aquilo saiu. Sempre queres que corte!?"

"Ó avó... não sei. Amanhã vejo isso e decido". E depois fiquei a pensar... ou a mulher está a ver cada vez pior e amanhã quando lá chegar as manchas lá continuam ou o Sonasol Verde faz milagres e agora vou ter de decidir se fico com o casaco velho ou se quero um "novo".

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Lavar a cara

Andava há que tempos para dar um novo ar a isto. Não está perfeito, não era bem assim que imaginava quando comecei, mas parece-me bem. Até ver.

Saudades

Tenho saudades disto, de ter vontade de escrever, de ter assunto.

Tenho andado afastada, sem paciência, sem vontade de carpir.

A verdade é que não tem sido fácil a vários níveis viver na minha pele. Um pouco por cada uma das diferentes áreas da minha vida, há pilares a desmoronar.

Mantenho o meu núcleo familiar mais próximo [nós os três cá em casa] numa espécie de bolha. Protejo-o a todo o custo. É a única certeza que tenho e o único ambiente em que me sinto verdadeiramente feliz. Nem sempre, porque nem sempre me consigo desligar das outras esferas, mas continua a ser este o meu porto de abrigo.

Ah! E também estou devia estar de dieta. Eu bem tento, mas o raio dos pitéus perseguem-me. É só espreitarem o estrago natalício e a minha luta com a balança no cantinho ali do lado.

E pronto, parece que estou de regresso. Um nadinha mais "amargosa" talvez. Mas de regresso...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Back (?)

Gostava tanto de encontrar ânimo para voltar a escrever aqui...

domingo, 30 de dezembro de 2012

A história repete-se

Só muda o ano...

domingo, 18 de novembro de 2012

3 anos, hoje

E eu não podia estar mais orgulhosa e feliz :)

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Ora toma!

Tenho uma espécie de diplomata em casa [para algumas coisas, diga-se].

Aqui há umas semanas, tivemos uma festa de anos de um filho de uns amigos. Fazia 3 anos também e estava com alguma dificuldade em partilhar os seus brinquedos. A propósito de um carro da Chicco que já nem é para a idade deles, encontrei-os no seguinte diálogo:

M - Deixas-me andar no teu carrinho?
M2 - Não, agora tenho de por gasolina.
M - Já posso?
M2 - Não, estou a compor os parafusos.
M - E agora já posso?
M2 - Agora não, porque blablabla...

E perante esta recusa, diz-lhe o meu filho: "Olha, daqui a nada eu vou-me mas é embora e tu ficas aqui a brincar sozinho."

No instante seguinte, lá saiu montado no carrinho, que o outro lhe emprestou prontamente.

Hoje, acordou a falar no Pedro.

"Lá na escola o Pedro bate-me. O Pedro é grande. Os grandes batem, não pode ser, pois não mãe?"
- Não, filho. Bater é muito feio. Deves ralhar com o Pedro e dizer-lhe que isso não se faz.
"Pois. Amanhã vou levar o pau da avó G. e dar-lhe com ele no rabo [na verdade, ele disse cú, coisas da minha avó, don't ask...]
- Pronto, deixa lá isso. É melhor conversarem.

Ia no carro a caminho da escola a repetir que não se faz e que os grandes batem, mas que lhes ia dizer que isso não se faz...

Quando estava quase a chegar à porta da sala, viu o tal Pedro no corredor. Largou-me da mão, começou a caminhar apressado em direcção a ele, de dedo indicador em riste e diz-lhe alto e bom som: "TU NÃO ME VOLTAS A BATER, OUVISTE? ISSO NÃO SE FAZ!"

O outro, apesar de bem maior, meteu o rabinho entre as pernas e lá foram os dois para a sala. Pode ser que se tenha safado de levar com o pau da minha avó :P

Adoro vê-lo resolver assim os seus conflitos. Está crescido!

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A um mês

de completar 3 anos.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Caiu-me a ficha...

À medida que a fornada de 2009 vai completando os 3 anos, começa-me a cair a ficha.

O meu filho vai fazer 3 anos daqui a um mês e meio :/

Está enorme, muito despachado. Nos últimos 2/3 meses então, é só novidades. Deixou as fraldas com facilidade, quer de dia, quer de noite. Mudou de cama. Deixou a chupeta de noite... Toca bateria como um profissional :) Canta muito, sabe muitas canções. Fala pelos cotovelos, tem um discurso perfeito. Enche-me de orgulho.

E vai fazer TRÊS ANOS! OMG!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Lost

Ando um bocado perdida. A situação do país [e de todo nós] assusta-me. Assusta-me termos chegado a este ponto quase sem darmos por ela. Mesmo os mais cautelosos e atentos. Assusta-me não gostar das medidas tomadas, mas assusta-me mais ainda não poder dizer: "Sou contra a subida da TSU, porque existe uma alternativa viável a esta medida. Essa medida é............................" Alguém sabe? Eu não.

Na verdade, eu em 1º lugar sou contra a subida da TSU porque me vai pesar muito no orçamento. Mas isso seria contornável, se eu fosse capaz de perceber a utilidade da medida. Mas não sou. Acho que ninguém pode garantir nada e, mesmo para o governo, isto é um tiro no escuro.

Depois, ouço especialistas a desmontarem a medida, a ver se percebo afinal porque é que vou passar de pobre a mais pobre ainda. E não percebo. Então, apercebo-me que o estado das coisas é muito mais grave e profundo. Que cortar as "gordurinhas" do Estado não chega. Eh pá, não chega mas ajuda. A mim pelo menos, ajudava-me a perceber o meu sacrifício. Estou farta de me encolher e ver sempre os mesmos a encher.

É preciso irmos ao fundo para depois nos levantarmos? Então vamos. Mas vamos todos, porra.

Acho que estou perdida. Às vezes já não sei o que pensar.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Filho, nem sempre aquilo que eu digo é aquilo que queria dizer!


Ontem, passei por esta imagem no facebook e fiquei a pensar. Realmente, a maternidade é encontrar um ponto de equilíbrio entre o que está rasurado e o que foi escrito a posteriori.

Filho, nem sempre aquilo que eu digo é aquilo que queria dizer!

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Sem gluten #1

Para quem, como eu, ainda não se conseguiu entender com as receitas/farinhas sem glúten e com a máquina de fazer pão, deixo a sugestão do que compro para o meu filho.

Pão de forma de arroz integral, Auchan
Embalagem 480g - 3,99€

De todas as experiências que fiz [e foram muitas], este é o pão que o meu filho mais gosta.

Vantagens:
- validade bastante longa
- depois de aberto, aguenta-se à vontade duas semanas, desde que esteja bem embalado - guardo numa caixa hermética
- o sabor é agradável, bem como a textura
- não se "esfarela" com facilidade
- não contém ovo, o que pode ser interessante para quem tenha intolerância [era o caso, até há uns meses atrás e foi também por isso que apostámos nesta marca]
- é aprovado pela APC - Associação Portuguesa de Celíacos

Desvantagens:
- apesar de não ser o mais caro, continua a ser bastante caro [cerca de 8€/Kg]
- nem sempre se encontra nas lojas [às vezes é necessário pedir aos profissionais desta secção que façam nova encomenda, mas até hoje foram sempre impecáveis]
- como é fatiado e as fatias são grossas, não é muito prático para sandes - pelo menos enquanto os miúdos são pequeninos -, mas torna-se ideal para barrar

A secção Viver Melhor da marca Auchan tem bastantes alternativas no que diz respeito a pão. Desde que o ovo cozinhado passou a poder entrar na alimentação do meu filho, já experimentámos outros pães da mesma marca. No entanto, continuamos a comprar este com mais regularidade.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Restrições alimentares

É uma chatice ter em casa alguém com restrições alimentares. Se for uma criança, pode parecer aparentemente mais difícil, mas eu diria que não.

O M. foi diagnosticado com alergia ao glúten e à clara de ovo. Hoje em dia, sabemos que a alergia não será propriamente ao glúten [ou não temos garantias que seja apenas a esta proteína], mas é claramente alérgico ao trigo, pelo menos. O diagnóstico definitivo é ainda algo confuso e a expectativa de que ele supere estas alergias é grande. Segue uma dieta isenta de glúten que, com os devidos cuidados de verificação de todos os rótulos, nos dá boas garantias de que não há acidentes. O ovo cozido já é tolerado. A clara crua [presente em sobremesas com claras em castelo, por exemplo] não é totalmente tolerada e, apesar da reacção só surgir após ingestão de uma quantidade significativa, não arriscamos dar-lhe.

O M. nunca comeu trigo, nem nunca comeu claras em castelo. Não é tão complicado como parece privá-lo desses alimentos, mesmo quando outras pessoas à volta os estão a comer. Ele sabe que não pode. Sabe que certos alimentos [e já identifica muitos] podem deixá-lo doente. Antes de provar algo que é desconhecido para ele, pergunta se pode.

Isto é meio caminho percorrido.

Depois temos outros problemas, mais chatos, diria eu.

1) Ir de férias, passar o fim-de-semana fora ou qualquer passeio que implique estar fora de casa pelo menos 24h podem ser uma grande chatice. Não entrando em muitos detalhes fastidiosos, dizer apenas a título de exemplo, que a maioria dos caldos "knorr" utilizados na confecção da maioria dos pratos [sopa incluída], na maioria dos restaurantes é composta por farinha de trigo e, logo, proibida. Isto faz com que eu ande sempre de "geleira" atrás e com que tenha de programar as refeições de uma forma muito menos espontânea do que gostaria.

2) Ter de lidar com terceiras pessoas [conhecidas e desconhecidas] que insistem em oferecer comida às criancinhas, passando por cima dos pais. Neste aspecto, sou completamente intransigente. Primeiro, quem decide o que o que meu filho come e em que horários sou eu [independentemente das restrições de ordem alérgica]. Depois, oferecer comida [mesmo sem ter conhecimento] a uma criança que não pode comer cria uma situação merdosa para a criança, para os pais [ou outros responsáveis naquele momento] e até mesmo para quem oferece. Por isso, lanço sempre o apelo: nunca ofereçam comida a uma criança directamente, sem confirmar discretamente com o pai/mãe/pessoa que acompanha a criança.

3) O social. Um convite para uma festa pode transformar-se numa carga de nervos, especialmente porque combina as dificuldades descritas em 1) e 2) numa mesma ocasião :P

4) O preço da alimentação sem glúten é de bradar aos céus. Ainda é tudo muito, muito caro em relação aos mesmos produtos não isentos. Variedade já se vai encontrando, mas a preços exorbitantes. Além disso, ir às compras ao supermercado transformou-se num suplício, tendo em conta que não entra nada no carrinho, cujo rótulo não seja lido de fio a pavio. Mesmo os produtos que já vamos conhecendo, dou sempre uma vista de olhos porque a qualquer altura o modo de produção pode ser alterado, de acordo com informações dos fabricantes. E não só comestíveis. Plasticinas e pastas de moldar, por exemplo, quase sempre levam liga de trigo. 

5) Adaptar a alimentação familiar. Não é complicado, mas a título de exemplo, se programar massa para o jantar, já sei que vou ter de cozer à parte para ele. Por um lado, não posso andar a comprar massa a 3,5€ cada meio quilo para gastar ao ritmo familiar. Por outro, não posso/quero retirar a massa do nosso leque de opções. Quem diz massa diz douradinhos, panados, filetes, enfim, tudo o que leve farinha [ok, sendo feito em casa, aqui posso substituir por maizena] ou pão ralado [que também pode ser comprado sem glúten, mas que fica num tal balúrdio que só mesmo fazendo à parte para ele]. Refeições prontas, nem pensar. As opções são muito limitadas e caras.

E acho que basicamente é isto. Hei-de dedicar-me a colocar aqui algumas sugestões de produtos de compra que vou encontrando, testo [testa ele :)] e recomendo [ou não].


quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Lembrei-me agora

Há um mês que não mudo uma fralda. Plim!

Spiderman, spiderman

O homem aranha encarnou no meu filho.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

É a porca miséria

Para onde quer que me vire, só encontro pessoas/famílias com a corda no pescoço.

Ou trabalham e não recebem, mas também não chegam a estar tempo suficiente [3 longos meses] sem receber para poderem rescindir por justa causa e recorrer ao fundo de desemprego.

Ou não têm trabalho.

Ou estão a receber do desemprego, mas não conseguem voltar à vida activa.

Ou trabalham em condições tão precárias e incertas que a qualquer momento passam do minimamente remediado ao sem-comida-para-por-na-mesa.

As pessoas andam tristes, abatidas, deprimidas. Eu falo por mim, que me vejo cada vez mais à rasca para não passar esta ansiedade do incerto ao garoto. Não fosse ele e eu não me levantava da cama. Não fosse ele também e eu, provavelmente, levantava-me da cama sem nada a perder e passava-me dos carretos.

Existem casos de sucesso, e ainda bem. É claro que não posso generalizar a toda a população, mas tenho para mim que a grande maioria está à nora e sem saber o que fazer à vida.

Ontem dizia merda. Hoje sai-me um grande foda-se.

domingo, 5 de agosto de 2012

Merda

Estou doente. Tenho a garganta a arder, a arranhar, estou completamente afónica, como se tivesse estado horas a gritar num concerto, mas sem a parte dos gritos e do concerto.

A cabeça vai explodir a qualquer momento e eu rezo aos santinhos todos que não tenha mais nenhum ataque de tosse, porque de cada vez que tusso, o cérebro chocalha e os olhos saltam-me das órbitas.

Tratar de uma criança nestas condições é um desafio que eu facilmente dispensava. E dormir? Aliás, o que é isso, dormir? Se conseguisse fechar os olhos um par de horas sem sentir tambores dentro da cabeça, já me dava por satisfeita.

Merda.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O rato roeu a rolha

Parece que anda a lenga-lenga do Rei da Rússia a circular lá na escola.




Deixou de dizer "escorega, corer e caro [carro]".



Agora diz "amarrelo, Marrina e cantárre". :)     ADORO!

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Dormir em pé

Não faço ideia de como é que me vou conseguir arrastar até às férias. Além desta, ainda tenho pela frente mais 3 semanas completas.

Tenho a sensação de que, se ceder à tentação de fechar os olhos neste momento, adormeço instantaneamente e não sei a que horas acordo. Tenho os olhos abertos, mas a respiração tão profunda como se estivesse efectivamente a dormir. Sinto-me fora do meu corpo, como se estivesse a ver-me dormir.

Pensava que no ano passado, por esta altura, andava cansada. Como estava enganada...

terça-feira, 31 de julho de 2012

Meu querido mês de Agosto

Amanhã começa Agosto. O fatídico mês da minha ainda maior desgraça. A agenda provisória de trabalho do meu marido aponta para 20 dias seguidos sem folgas, o que significa que, se tudo correr como previsto, voltamos a conviver lá para dia 21. Sol de pouca dura, porque depois é outra vez a dar-lhe com força até final do mês.

Entretanto, eu transformo-me em dona 5àsec, mantenho o estatuto de mãe para toda a colher e ainda trabalho até dia 25 de Agosto. Quando chegarem as tão desejadas férias, eu vou estar morta de cansaço e tenho de planear os meus dias com uma criança pequena, activa e que não dá tréguas. Isto tudo, sem sair de casa [ou melhor, sem férias planeadas fora de casa] e sem marido.

Sim, sim, que é muito bom, que é sinal que há trabalho e saúde, sim, sim.

Soltas

Eu tropeço. Ele diz-me indignado: "Vês? Isso é porque não estavas a olhar para o que estavas a fazer..."


Eu contrario-o. Ele responde-me: "Não é isso que eu te estou a dizer."

Eu irrito-me. Ele aconselha-me: "Mãe, respira fundo."

Eu faço-o rir. Ele agradece: "Oh mãe! És uma máxima!!"
 
É impossível resistir-lhe

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Procura-se

A mãe do Ruca que nunca baixou em mim...

Fora de brincadeiras, eu estou longe de ser uma mãe "exemplar", daquelas que nunca berram e de cujas mãos nunca saltam palmadas com mais ou menos fundamento.

Repito o nome do garoto a mil à hora e vou subindo o tom à medida que o dia avança ou que o faço pelos mesmíssimos motivos de há duas horas atrás.

Dou-lhe umas palmadas. Eu sei que dadas na hora certa até podem surtir o efeito desejado, mas eu sinto-me mal. Pior, quando percebo que afinal aquela palmada era escusada.

Eu não ando bem, ando muito cansada, os meus níveis de paciência já conheceram melhores dias e, se tenho alturas em que me orgulho de mim própria e da minha capacidade de resolver as questões pacificamente, tenho outras em que me envergonho do exagero, da importância que dou a pequenos "delitos" e do facto de perder as estribeiras.

É certo que eles nos testam os limites e nisso o meu filho é um rei. Mas o garoto é tão dócil, tão meigo, tão educado... e tem uma tendência fantástica para me mostrar isso em actos no preciso momento em que estou a falhar.

É uma criança, apenas. Mas mostra-me tantas vezes aquilo que eu, enquanto adulta, me vou esquecendo... que a vida é mesmo feita de pequenos nadas.

Desculpa, filho.


segunda-feira, 23 de julho de 2012

Fotocópia #1

Tenho um mini-me em casa. Não em tudo, claro está. Mas em alguns pormenores, o meu filho é a fotocópia daquilo que eu fui.

Na piscina, hoje, pude perceber o desespero dos meus pais quando eu, roxa de frio, teimava que estava cheia de calor e não queria sair da água. Também tive direito a "Vou só molhar os meus pezinhos, já venho" e "Vá lá, vá lá, mãe! Quero ir mais uma vez à piscina! Vá lá! Só mais uma vez!"

Quando cheguei a casa, tive de ligar ao meu pai e muito nos rimos os dois :)